Falando com quem entende - Tammy Luciano

Oi gente,

Cara, desculpa mesmo minha ausência por aqui, sabe, tenho tanta coisa pra fazer que ainda não tive tempo pra postar até hoje! Bem, eu tinha duas opções: Ou fazer mais uma resenha, ou uma entrevista da fofissima Tammy Luciano, decidi obviamente pela entrevista que está muito mais vitaminada do que minha resenha (ainda procuro por inspiração, se alguém achar passa meu e-mail pra ela! rsrs).
Ok, let's go...




1° Tammy, muito prazer e muito obrigada por diponibilizar um pouco do seu tempo pra falar com os seguidores do Just!
Eu é que agradeço. É sempre emocionante estar sendo entrevistada e reflete o bom momento que estou vivendo, tendo a chance de aproximar meu trabalho das pessoas. Honra total! Eu só posso dizer muito obrigada por esse carinho!

2° Bem, como você criou todo o conceito do seu livro "Sou toda Errada" ? Você já tinha essa história toda pre moldada na sua cabeça e depois só foi passar pro papel, ou você só tinha lampejos e desenvolveu tudo?
Eu estava com muita vontade de escrever sobre uma vilã, mas não sabia que história seria. Um amigo contou sobre uma ex-namorada doida que o perseguia e eu vi ali a primeira luz para o meu romance. Comecei a conversar sobre ex-namoradas com alguns amigos, o que tinham passado e de repente Mila estava em pé na minha frente, esperando que eu criasse seu mundo. Eu não tenho tudo pronto na cabeça e as personagens sempre me surpreendem ao longo da escrita. Acho que a graça do meu trabalho são as descobertas. Você faz um capítulo, as personagens vão se desenvolvendo e você entende o que cada um está fazendo ali. Normalmente, vou escrevendo sem julgar ou combinar nada, deixo fluir. Durante todo o tempo penso no final e no título que são sempre o mais difícil para decidir. Sou Toda Errada é um nome que eu adoro e eu fico feliz dele ser o nome de um livro meu. Rs Desde o início eu tinha na cabeça a ideia da capa, com a mão da Mila dando um pare. Meu editor Jorge Viveiros de Castro aceitou minhas sugestões e a criação de toda a arte foi em cima do que eu queria, como a cor rosa, a contra capa com trechos do livro misturados e as gotas de sangue nas páginas. Aliás, vale contar aqui que aquelas gotas são minhas e não da Mila, do quanto sangrei até minha carreira acontecer.

3° Penso eu que não são muitas pessoas que tem essa curiosidade, mas da onde surgiu os nomes dos personagens?
Nome é sempre complicado porque você não qualquer nome, quer marcar sua personagem. Eu adoro o nome Mila, é realmente lindo, lindo, apesar de ter dado para uma garota tão terrível. Mas não tenho como não gostar da Mila, ela é a personagem que está me fazendo passar momentos lindos. Eu não sei explicar bem. Você decide o nome de repente e mesmo se alguém der palpite, você não quer mudar... rs O personagem quando recebe um nome, é batizado magicamente e fica difícil mudar. Eu queria um nome curtinho para a protagonista de Sou Toda Errada. Falando em nome, lembrei aqui, olha que loucura, semana passada, eu estava autografando na Saraiva da Paulista. Duas meninas muito simpáticas pediram que eu autografasse o nome das duas no mesmo livro, que elas dividiriam a leitura. Achei fofo! Perguntei o nome delas e senti um arrepio. Uma se chamava Fernanda e a outra Sylvia com y, como ela disse. Fernanda é o nome da modelo que eu escrevi meu primeiro livro, né? E Sylvia, com y, é o nome da minha avó amadíssima que faleceu dia 05 de maio de 2009 e para quem Sou Toda Errada foi dedicado. Foi como se eu sentisse as duas ali. Eu queria muito escutar da minha avó sobre o quanto ela está orgulhosa de mim e da minha determinação em trabalhar no que amo. Acho que ela apareceu ali e deixou uma mensagem.

4° Com quantos anos você começou a escrever?
A minha brincadeira de criança foi escolinha. Época de férias, eu e minhas amigas da rua fazíamos uma escola na minha casa, com apoio da minha mãe. Isso aconteceu durante várias férias. Ali eu comecei a perceber a força de cada livro. A gente tinha umas mesinhas adaptadas, quadro negro e passávamos horas escrevendo, fazendo dever de casa. Uma amiga minha diz que eu a alfabetizei. Olha isso! Mas acho que com 14 anos as questões literárias começaram a aparecer de maneira mais intensa na minha frente de maneira mais clara. Com 19, eu estava escrevendo profissionalmente, na mesma época que cursava jornalismo. São 20 anos de paixão pela caneta. Rs

5° Você tem mais duas obras fora Sou toda errada, certo? Conte-nos mais sobre =-elas!
Meu primeiro livro se chama Fernanda Vogel na Passarela da Vida. É a biografia da modelo que morreu em um acidente de helicóptero, em Maresias. Foi um trabalho de pesquisa, entrevistas, bem jornalístico e eu tenho muito orgulho desse livro. Ele é um marco, eu conheci pessoas lindas, inclusive a Myrian Vogel, mãe da modelo, que se tornou minha madrinha literária, me abriu uma porta, me deu apoio e acreditou no meu trabalho. Eu espero que todos continuem lendo a história da Nanda que era uma garota muito especial e teve uma vida muito comovente.
Meu segundo livro, Novela de Poemas, é uma coletânea dos meus poemas formando a história de um casal. Eu curti montar o livro, rever meus poemas e me desafiar a mostrar a minha letra mais íntima, que são as minhas poesias. O livro foi lançado na Bienal de 2005 e quando menos esperamos, ele esgotou. E dizem que livro de poesia não vende.
De bom é que estou finalizando um livro novo, é uma linda história de amor e eu acho que as pessoas vão se apaixonar e torcer muito pela minha nova personagem.


Sabemos que encontrar uma editora é uma das maiores dificuldades depois de ter a obra já pronta, foi sua dificuldade também?
Curioso é que eu era escritora, mas não pensava em escrever livro. Eu escrevia crônicas, peças de teatro e sempre achei que ia vencer atuando e escrevendo para o palco. Comecei a pensar em editora depois que comecei escrever o meu primeiro livro. Foi meio doido, porque eu e a Myrian começamos o projeto do livro, ela me apresentando amigos da Nanda, me indicando quem seria bacana para dar depoimentos, mas a gente não pensava no depois do livro pronto. Eu fiquei um ano e meio pesquisando e escrevendo e um dia a Myrian falou: Precisamos de uma editora. Aí a gente lembrou que não tinha editora. Acho que essa ingenuidade nos fez vencer com o projeto. A gente teve que descobrir como fazia para mandar um original para ser lido. Procuramos os endereços e começamos a mandar o original na cara e na coragem. A Myrian fez um envelope com o rosto da Nanda que era lindo. Fizemos cópias para várias editoras e algumas nos procuraram. É muito delicada a decisão de lançar, com quem lançar, como lançar, mas a 7Letras (editora da Tammy até hoje) mergulhou no projeto de maneira tão intensa. O Jorge (editor) investiu muito no livro, cada capítulo ganhou uma foto diferente da carreira da Fernanda. No final do livro, tem um pequeno álbum com fotos... Sou suspeita, mas o original ficou lindo e minha vida mudou muito com aquela conquista!


7° Agora que sabemos um pouco mais sobre suas obras, queremos saber um pouco mais sobre a Tammy Luciano pessoa! Quem é você de verdade?
Ah, eu sou uma pessoa normal e gosto de ser assim. Quero que estelares sejam os meus livros. Ás vezes, sinto que a pessoa vem falar comigo, achando que vai ser difícil e imagina, eu gosto tanto de estar com as pessoas que saio tagarelando e quebro o gelo imediatamente. Porque eu não me acho, e nem sou, melhor do que ninguém. Convivo no meio artístico há muito tempo, vi pessoas mudarem e acho triste. Tem gente nesse meio que só quer ser amigo se você estiver famoso. È medonho e feio. Tem gente que só aparece quando você está por cima e eu tô fora dessas futilidades. Eu moro sozinha, com uma cachorrinha chamada Maria Eduardinha (ela não é nem Maria Eduarda, nem Dudinha rs), gosto de fazer yoga, adoro assistir filme romântico, escutar música, dou aula de teatro no Retiro dos Artistas há doze anos, tenho meus pais, minha irmã que é linda, engenheira de produção, e não falo muito dos assuntos do coração. Sou carioca. Sofri um sequestro em 2005 que me fez amar ainda mais a vida. Minha rotina é para os livros. Trabalho em casa, escrevendo. Adoro salada e chocolate. Amo moda e adoro usar figurino diferente para os autógrafos. Nunca usei presilha de cabelo, mas hoje em dia não tiro elas da cabeça. Tô honrada de poder viajar o Brasil com meus livros. Nunca fumei, nunca bebi nada de álcool e sou positiva porque acreditando, eu vi as coisas acontecendo na minha vida.

8° Qual sua cor favorita?
Acho que rosa! Meu livro é rosa, comprei ontem uma maleta rosa para colocar minhas canetas, marcador e filipetas com a minha foto, presentinho para os leitores. Aliás, a filipeta nova também é rosa... Só autografo com rosa. E penso que um dia terei um carro rosa. É acho que é minha cor preferida é rosa! rs Mas com roupa eu adoro todas as cores, inclusive o preto que acho super chique!

9° Sua maior paixão e inspiração?
Vou separar essa pergunta em duas partes, pode? A minha paixão é minha família, eu faço tudo por eles e quero sempre retribuir tudo que recebi. Sempre que algo acontece, eu penso: Meus pais vão adorar! Não moro com eles, mas estou com eles com muita frequência e vejo que cada momento bom para mim é um momento bom para eles. Minha inspiração é a escrita. Ela me completa, me estimula a ser um ser humano cada dia melhor e me apresenta um povo tão querido e lindo que vivo emocionada e agradecida! Uma leitora, a Lenize, chegou em um evento outro dia com um lacinho no cabelo e disse: “Vim assim por sua causa!” Isso não tem preço. É extraordinário demais.

10° Qual é seu conselho para os jovens que estão começando a escrever, ou que tem interesse de começar, mas acha que é muito complicado?
Comece pensando como e onde você gostaria de estar um dia. E foque nessa imagem, trabalhe para ela ser real. Sempre imaginei que um dia eu venceria no meio cultural. Hoje quando alguém pede para tirar uma foto comigo, e sinto que aquilo é tão importante para a pessoa, vejo o sonho escancaradamente real. Não existe tempo ruim quando o assunto é buscar seu futuro e essa batalha de escrita é de muita luta, então perde aquele que fica pensando nas dificuldades, acha que não vai conseguir ou repete para si que não tem sorte. Tem sempre alguém para criticar, que não foi capaz de conquistar seu próprio sonho e acha que vai ser assim com todo mundo. A questão é nunca esquecer seu objetivo, estudar muito, escritor precisa saber escrever, pensar que tipo de livro gostaria de escrever, trabalhar todo dia no seu projeto, enviar seu livro para as editoras e se tomar um não, continuar do mesmo jeito, escrevendo quem sabe um novo livro, criando um meio de conhecer pessoas tão apaixonadas pelos livros como você, fazendo um blog e ficando antenado com os eventos que envolvam o mundo literário. Aproveito para convidar os novos escritores e leitores a conhecerem o projeto Novas Letras (@novasletras) do qual faço parte. É um projeto lindo, com apoio da Livraria Saraiva e alguns dias me belisco por estar no grupo, encontrando as pessoas nas livrarias.



Bem, gente essa daqui é a Lenize, que a Tammy fala na 9° pergunta: (lenize esq. e Tammy dir.)
















Quem quiser saber mais sobre as obras da Tammy, quem quizer perguntar mais alguma coisa à ela ou simplesmente dar um oizinho é só se ligar no e-mail: tammy@tammyluciano.com.br

5 comentários »

  • JullyTamara said:  

    Que entrevista maravilhosa, a Tammy é uma fofa. Quem dera a maioria dos escritores tivesse a perseverança, o positivismo e a humildade dela. Adoreiiiii!!!! Valeuuu Milla o blog tá cada dia mais interessante. *_*

  • Lis said:  

    Cara, que lindo isso! Minha irmã aparecendo no seu blog e ainda sendo citada pela fofa da Tammy em uma entrevista! *-* Isso não tem preço, for sure :D

    Adorei a entrevista, a Tammy é um AMOR de pessoa que merece todo o sucesso do mundo ;)

  • Anônimo said:  

    Obrigada! Amei a entrevista e poder falar mais uma vez com leitores. Fico feliz de estar em uma página tão especial. Tô divulgando no meu Twitter e vou colocar no meu site também.
    Sucesso ainda maissssssssss!!!
    Bjinhos. Tammy
    www.tammyluciano.com.br

  • Fabíola Borges said:  

    Amei a entrevista! Mais alguém para eu idolatrar hehe To morta de vontade de ler o Sou toda errada, e adorei a parte em que fala de nomes de personagens: eu sou horrível com isso ahahaha
    Ah, e adorei as dicas para iniciantes! Me deu um ânimo a mais :D